A construção do conhecimento na jornada do Ensino Médio
07/nov/2022
A educação é um assunto em constante foco na sociedade e o Ensino Médio é uma importante etapa nesse debate. A juventude, hoje, não pode apenas ser vista como uma fase, mas sim como a construção de um cidadão que entra em contato com diversas culturas e contextos, sendo importante, para a sua formação, colocá-los em desafios que estimulem o seu desenvolvimento e, principalmente, que levem em conta a pluralidade e a singularidade. Por meio disso, é importante que os estudantes sejam protagonistas de seu próprio processo de escolarização, tornando-se sujeitos críticos, criativos, autônomos e responsáveis.
Levando em consideração esses preceitos, o Ensino Médio passa a contemplar quatro eixos estruturantes nos itinerários formativos – podendo ser ampliados para a formação do núcleo comum. São eles: Investigação científica; Processos criativos; Mediação e intervenção sociocultural; e Empreendedorismo.
Todos estimulam o protagonismo do estudante, visando a proporcionar o desenvolvimento cognitivo de habilidades e competências que promovam “criatividade, inovação, organização, planejamento, responsabilidade, liderança, colaboração, visão de futuro, assunção de riscos, resiliência e curiosidade científica, entre outros.” (BRASIL, 2018, p.466).
A iniciação e a investigação científicas e o papel do estudante no mundo
No Ensino Médio, a iniciação científica tem a necessidade de compreender o papel da Ciência para todos, trazendo uma amplitude para o estudante em relação ao seu pertencimento no mundo e suas escolhas. Um aspecto importante nesse eixo é o trabalho com as metodologias ativas – principalmente as práticas investigativas. A iniciação científica deve trazer questões que inquietam o estudante, para que ele se sinta provocado e curioso a responder e buscar respostas, utilizando desde os seus conhecimentos prévios, dentro de um contexto socioeconômico e cultural, até os cientificamente aceitos.
O papel do docente como mediador no processo investigativo e científico
A pesquisa científica é fator principal nesse processo, no qual o docente tem um papel fundamental. O objetivo é de que o estudante pesquise, discuta e entre em contato com dados e informações de forma geral, tendo então o professor um papel mediador que oriente e auxilie o estudante a verificar as fontes, as informações e, principalmente, fazê-lo questionar o senso comum com base crítica, argumentando de forma a entender o que é ou não cientificamente aceito.
A criação e a elaboração de hipóteses é importante nessa etapa. Esse processo pode ocorrer nas diversas áreas do conhecimento, contemplando desde a exatas até humanas e linguagens. Nessa fase, deseja-se que o aluno comece a tornar-se autônomo.
Após isso, em muitos casos, o estudante é também desafiado a criar processos e produtos, tendo sua autoria como pilar. É importante a viabilidade da pesquisa, a contestação e discussão em relação à hipótese elaborada e o repensar sobre o objetivo inicial.
O estímulo da autonomia e o trabalho em grupo, com a mediação docente, é fundamental para que ele comece a compreender que a ciência é uma construção de fatos e argumentos, que devem sempre ser questionados, interpretados e repensados. É nessa etapa que as possibilidades de soluções e caminhos a serem seguidos começam a surgir.
O desenvolvimento da metacognição e os impactos na autonomia
É importante ressaltar que, dentre as diversas metodologias a serem desenvolvidas nessas etapas, uma delas é a metacognição, na qual o estudante passa a se questionar e repensar seus próprios pensamentos, buscando assim uma autonomia em relação ao próprio processo de aprendizagem, buscando estratégias para resolver diversos problemas, não só no contexto escolar, como também em sua vida de forma geral.
Portanto, a inserção da iniciação científica e suas peculiaridades de processo no âmbito do Ensino Médio corroboram e reforçam os objetivos educacionais atuais.
Por fim, após a elaboração desses processos, a etapa de explanação e apresentação desses dados e produtos são expostos à comunidade de diversas formas, seja por um simpósio, podcast, informativos, entre outros.
É aqui que o estudante desenvolve habilidades de comunicação e de socialização, que são fundamentais em sua formação geral. Dados, discussões e produtos criados ao longo do processo devem ser expostos, para que o estudante entenda que a ciência se faz, não só pela pesquisa, mas também na exposição desses resultados, para a avaliação dos pares e comunidade em geral. Todo conhecimento científico precisa ser validado para ser aceito e isso reforça a etapa inicial de pesquisa no julgamento entre o senso comum e o científico. Os estudantes então passam por diversas etapas, reflexões e frustrações ao longo do processo, auxiliando numa construção contínua da autonomia e argumentação.
Por meio dos itinerários diversificados e das disciplinas de núcleo comum, o Colégio Stocco proporciona experiências de iniciação para garantir aos estudantes as aprendizagens necessárias, a fim de que ocorra uma interpretação e questionamento da realidade; o enfrentamento de situações cotidianas – sejam em âmbito social, econômico ou ambiental-; e uma autonomia de tomada de decisões com base em princípios científicos sólidos e éticos, se tornando assim um cidadão atuante e questionador na sociedade.
Referências:
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.