Alfabetização e Letramento
12/set/2019
Desde a mais tenra idade, as pessoas entram em contato com a linguagem e, segundo estudos, apreendem o tom, o ritmo, a intensidade e os significados dos vocábulos.
Ao nascer, são inseridas num ambiente letrado. Inicialmente, fazem uso apenas de uma parte da linguagem. Aprendem a ler e a entender o mundo pelas experiências que tiveram.
Ao entrar na escola, passam a receber inúmeros estímulos para continuar construindo conhecimentos acerca da linguagem.
Nesse ingresso, a criança carrega toda sua experiência. É um ser que já se comunica, mesmo que apenas com um único som ou sílaba.
Cabe a escola, então, respeitar e partir desses aprendizados naturais, a fim de ampliar o conhecimento linguístico dos indivíduos. É necessário fazê-los transitar pelos saberes que já dominam, relacionando-os as suas diversas experiências de mundo, construindo conhecimentos.
Ou isto ou aquilo?
Parodiando Cecília Meireles, “Ou se tem alfabetização e não se tem letramento ou se tem letramento e não se tem alfabetização?”
Será que esses conceitos são de fato antagônicos e não podem coexistir?
Eles devem estar integrados na aprendizagem inicial da língua escrita, pois envolvem conhecimentos distintos que precisam ser ensinados.
De uma forma prática, alfabetização é o processo de ensino e aprendizagem, no qual o educando é estimulado a codificar e decodificar uma língua, sendo capaz de ler e escrever. Já o letramento se ocupa da função social dessa leitura e escrita; é a forma como os indivíduos fazem uso da língua, nos contextos sociais em que estão inseridos.
Na Educação Infantil, ao trabalharmos com parlendas, rimas, poemas cantados, histórias e outros gêneros textuais, possibilitamos a aquisição da linguagem de forma significativa, ou seja, alfabetizamos letrando.
A linguagem é natural; a escrita é cultural, portanto precisa ser vista de forma contextualizada, respeitando o desenvolvimento de cada indivíduo.
Num momento em que se fala de novos letramentos, letramentos críticos, digitais ou multiletramentos, faz-se necessário um ensino reflexivo e eficiente da língua, com propostas realmente significativas e contextualizadas, como as realizadas em nosso Colégio.
Escrever e criar, é só começar!
Como certa vez afirmou Drummond, “lutar com as palavras é a luta mais vã”. Sendo assim, nas aulas de linguagem em nosso Colégio, proporcionamos aos estudantes leituras e vivências de textos de excelente qualidade e procedência, garantindo uma diversidade de gêneros, incluindo os digitais, tão relevantes em nosso contexto histórico.
Livros de literatura e demais portadores de texto precisam fazer parte do dia a dia do educando, em rodas de conversa, aulas na biblioteca, leitura compartilhada, silenciosa e tantas outras estratégias denominadas por vários autores de formas diversas.
Entrar no mundo da imaginação possibilita vivenciar contextos e construir uma visão de mundo crítica. Para isso, o papel da escola é essencial: há necessidade de despertar o prazer de ler, respeitando o leitor em seus direitos imprescritíveis.
Propostas de leitura precisam ser criteriosamente planejadas, com objetivos claros de formar leitores e escritores competentes. Por isso, nossos educadores buscam atualizações e aperfeiçoamentos, a fim de proporcionar essa formação aos nossos estudantes.
Por mares já navegados
Há necessidade constante de explorar a língua, a fim de conhecer suas características e funcionamento.
Várias estratégias podem ser usadas, mas sempre partindo de um texto, de um contexto, ampliando letramentos e possibilitando a aprendizagem significativa e crítica em diferentes contextos sociais permeados pela oralidade, pela escrita e por outras linguagens.
Dessa forma, é possível potencializar a aprendizagem dos estudantes, tornando-os aptos a participar ativamente da sociedade em que vivem.
A escrita é capaz de “escavar escuros e iluminar”. Iluminar o indivíduo, a sociedade, os pensamentos, o desejo de construir um mundo melhor…